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Meditação: o caminho para o bem-estar dos docentes

“Acredito que a missão de um docente é valiosa para o bem-estar de um aluno.”

Inovação pedagógica. Ensino à distância. Alteração de escola e de cidade. Estes são alguns dos fatores externos que influenciam a dinâmica de trabalho do docente.

Como vou cumprir com o programa da disciplina? Como vou preparar os meus alunos para o exame nacional? Como vou fazer os testes à distância? Estes são alguns dos fatores internos, desencadeados pela mente do docente.

E assim se inicia o processo de medo, de preocupação e de incerteza do docente. Esta panóplia de inquietações origina, na maioria das vezes, o stress, a frustração, a ansiedade, a depressão e, consequentemente, a falta de motivação, a falta de empatia e de vontade de lecionar. A partir daqui, inicia-se um processo de burnout e, por isso, torna-se mais improvável compreender o ser humano único e especial que o docente tem à sua frente, ou seja, torna-se difícil criar e adotar estratégias impactantes para quem está do outro lado da mesa ou do ecrã.

A partir do momento em que o medo invade e toma conta da sua mente, esta só permite que o docente se concentre, única e exclusivamente, no medo de não conseguir executar todo o trabalho que lhe é solicitado, no medo de não conseguir cumprir com as mil e uma novas tarefas advindas da inovação pedagógica e do ensino à distância, no medo de não conseguir lecionar todo o conteúdo programático e de não preparar bem os seus alunos para o exame nacional, caso esteja em ano de provas e avaliações externas. E, com todo este medo, originário, pura e simplesmente, da mente egóica, o docente desconecta-se da verdadeira essência que o levou a optar pela missão de ensinar.

Felizmente, e para contrariar esse sistema e estas tendências repetitivas existem, atualmente, inúmeras ferramentas à disposição dos docentes. Uma delas é a meditação, uma opção acessível a todos e, por isso, aceite e praticada cada vez mais pela comunidade escolar.

Quando um docente se permite conectar consigo mesmo, por exemplo através da meditação, percebe que é um ser humano perfeitamente imperfeito, aceita as suas próprias virtudes e fragilidades e toma consciência de que os seus alunos são seres igualmente perfeitos na sua imperfeição, únicos e especiais. A partir daí observa, sente, escuta e conversa com cada aluno como um “ser integral” que é, desejando-lhe proporcionar momentos únicos de evolução e de crescimento. 

Esta sensibilidade, permite-lhe proporcionar aos seus alunos momentos de descoberta pessoal e da sua intuição tendo em conta as necessidades de cada um, ao invés de equalizar todos os estudantes pelo sistema de incentivos e de gratificações pela sua capacidade de memorização e de repetição. O docente torna-se um “facilitador” nato focado na diversidade e na especificidade de cada aluno, com o objetivo de contribuir para um crescimento integral daquele ser humano.

Estes momentos deixam de ser impostos, mas proporcionados pela descoberta criativa do poder dos números, da poesia, da música, da filosofia, da arte ou da história, da observação, da escuta, da conversação e da aceitação e de empatia por cada um dos seus alunos. As aulas tornam-se leves, serenas e inspiradoras, o programa da disciplina é cumprido, as preocupações em torno da inovação pedagógica e do ensino à distância dissipam-se e os docentes atingem os objetivos que se propuseram no início do ano letivo.

Seja qual for a disciplina que leciona, a felicidade do docente ultrapassa a necessidade dos seus alunos atingirem resultados perfeitos, mas sim em proporcionar-lhes momentos únicos e memoráveis de aprendizagem, onde o estímulo da criatividade e da intuição se apresentam como os principais objetivos de toda a comunidade escolar.

Com a prática regular de meditação o docente consegue:

  • Encontrar o seu próprio bem-estar de uma forma mais sistemática.
  • Manter a mente serena, positiva e equilibrada.
  • Ser flexível e adaptar-se perante os diversos desafios da vida escolar.
  • Promover um maior sentido de tolerância e de compaixão para consigo mesmo e para com os seus alunos e restantes educadores.
  • Proporcionar momentos de aprendizagem mais criativos e eficazes no que diz respeito ao alcance dos objetivos propostos.
  • Promover soluções positivas para toda a comunidade escolar.

Acredito que a missão de um docente é valiosa para o bem-estar de um aluno e, por isso, quanto mais consciente um docente é, mais serena e feliz se torna a sua missão.

Boa meditação. Boas descobertas.

Ana Martins | Instrutora de yoga e meditação no D’Anahata.

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