“Professor não é o que ensina, mas o que desperta no aluno a vontade de aprender.”

Jean Piaget

Desde cedo, percebi que não me identificava com o método tradicional de ensino, no qual o aluno desempenha um papel passivo. Parte desse sentimento resultou das experiências negativas que vivenciei durante os primeiros anos de escolaridade, marcados por violência e exclusão. A minha visão sobre a escola só mudou no 7.º ano, quando uma amiga me mostrou a importância do estudo. Esse momento de viragem despertou em mim o sonho de um dia ser professora e de tornar a escola mais envolvente, focando-me na criação de laços emocionais com os alunos, para que estes desenvolvessem em si mesmos o verdadeiro gosto por aprender.

Impulsionada por essa paixão e pelas minhas vivências, senti-me motivada desde cedo a auxiliar alunos com maiores dificuldades, recorrendo a metodologias ativas e inovadoras. O desejo de ser uma professora que cria laços afetivos e que valoriza, acima de tudo, o ensino da inteligência emocional nos alunos, atendendo às suas necessidades individuais, leva-me a valorizar também a inovação no ensino. Incorporo ferramentas modernas, como o trabalho colaborativo, a aprendizagem baseada em projetos, a sala de aula invertida, investigações e gamificação, promovendo assim a motivação genuína dos alunos.

É através da neurociência, da metacognição e das metodologias ativas que conseguimos proporcionar aos alunos ambientes de aprendizagem dinâmicos e exploratórios.

Quando compreendemos a importância de conhecer o funcionamento neurológico e as origens da motivação interna de cada indivíduo, e conseguimos integrar tais conhecimentos diariamente no processo educativo, encorajamos os alunos a entenderem a sua própria aprendizagem e a enfrentarem desafios.

As metodologias ativas têm demonstrado resultados notáveis, sobretudo quando combinadas com Recursos Educativos Digitais (RED). Contudo, é essencial que esses recursos sejam usados de forma pedagógica, potenciando a aprendizagem e motivando os alunos.

Hoje, mais do que nunca, a parceria com os pais e encarregados de educação é fundamental, estabelecendo uma comunicação eficaz entre escola e família e garantindo, assim, um apoio mais consistente ao aluno e uma abordagem educativa mais holística.

Considero que, atualmente, um professor deve ser um catalisador de sonhos, inspirando os alunos a perseguirem os seus objetivos. O papel do professor é inspirar, motivar e guiar os alunos no percurso do conhecimento, e não apenas fazer com que memorizem o que ouviram durante aulas passivas e monótonas. A sala de aula precisa de mudança, e essa transformação começa no professor.

Paula Brandão é professora e coach educacional. Especializada em Estudos da Criança e TIC, possui certificação internacional em coaching, programação neurolinguística e formação profissional em hipnose clínica da criança e do adulto e inteligência emocional. É mentora do projeto EduCare – Método de Excelência. Neste projeto combina estratégias de ensino-aprendizagem com neurociência, coaching e PNL, fomentando uma mentalidade de alto desempenho, aumentando a autoestima e a autoconfiança nos jovens.