fbpx

Sensibilizar e Educar para os Relacionamentos: Testemunhos

“A rotina e o quotidiano das famílias é demasiado preenchido e isso está a ter um impacto bastante negativo nas crianças.”

No âmbito do Projeto e-SER – Recursos digitais para SER (Sensibilizar e Educar para os Relacionamentos), recolhemos testemunhos dos/as participantes neste programa de formação reforçando a sua importância para uma Educação democrática e inclusiva em Portugal.

Este é o testemunho de Helena Miranda, que participou nos webinares dedicados às famílias.

Como nasceu o seu interesse em participar nos webinares realizados no âmbito do projeto e-SER?

O projeto e-SER foi apresentado pela escola da minha filha mais nova e, face ao conteúdo abordado, suscitou o meu interesse.

Qual a mais-valia que retira da participação nestes eventos online?

Os eventos online são, sem dúvida, uma mais-valia pela sua comodidade e interação síncrona.

Em particular, do tema abordado, retiro diversas aprendizagens enquanto mãe e estudante universitária de Ciências Sociais. Apontei imensas referências bibliográficas para ler e foi, sem dúvida, uma excelente oportunidade para refletir sobre o meu comportamento e atitude enquanto mãe.

Na sua perceção, quais os desafios na sensibilização e educação de crianças para os relacionamentos?

Penso que o maior desafio que enfrentamos é a evolução exponencial da tecnologia no dia-a-dia das crianças e jovens. Os relacionamentos virtuais são, na minha opinião, o maior desafio das futuras gerações. Tenho plena consciência que esse ensinamento, parte de nós, enquanto pais e educadores. Limitar o tempo e os locais, para o uso das novas tecnologias, pode ser uma boa decisão.

As crianças precisam de brincar, precisam de dialogar, precisam de cair, precisam de subir às árvores, precisam de se sujar e precisam, essencialmente, de momentos de partilha, de convívio e de momentos para si próprios, para a realização das suas tarefas ou, simplesmente, de tempo para desenhar ou ler.

Atualmente, a rotina e o quotidiano das famílias é demasiado preenchido e isso está a ter um impacto bastante negativo nas crianças. Nesse sentido, este é outro dos desafios que enfrentamos diariamente, a falta de tempo, a falta de paciência, a procura de alternativas para aquilo que nós, enquanto pais, deveríamos ter tempo para fazer.
Toda a educação dos pais, o historial familiar, também influencia bastante o processo de educação dos filhos. Muitos pais procuram assumir um papel diferente, pretendem educar sem violência e com maior liberdade, mas pretendem obter, exatamente, os mesmos resultados. Afinal, qual o nível intermédio? O que deve, e o que não deve ser alterado nos padrões da educação?

Na minha opinião, não existem educadores perfeitos e, neste campo, somos todos eternos aprendizes. Para educar temos de observar a criança que queremos educar, temos de saber dizer “não”. Precisamos de estabelecer regras, mas deverão as regras ser impostas da mesma forma a todas as crianças? A perceção das crianças é igual ou devemos focar-nos na criança que pretendemos educar enquanto indivíduo único e diferente? O crescimento tem fases distintas e nem todos crescemos ao mesmo ritmo, com as mesmas condições de aprendizagem e, como tal, penso ser um desafio a enfrentar na educação e nos relacionamentos.

Qual a sua opinião sobre a participação dos encarregados de educação em projetos como o Projeto e-SER – Recursos digitais para SER (Sensibilizar e Educar para os Relacionamentos)?

A participação dos encarregados de educação é de extrema importância para a educação dos seus filhos, quer pela necessidade de reflexão, quer pela partilha de experiências, pela aprendizagem. Recomendo, vivamente, a participação de todos os pais e educadores nos próximos webinares. Fico a aguardar, novos webinares, para a faixa etária juvenil.

O Projeto e-SER – Recursos Digitais para Sensibilizar e Educar para os Relacionamentos é co-financiado pelo Programa Cidadãos Ativ@s, suportado pelos países financiadores do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu, gerido, em Portugal, pela Fundação Calouste Gulbenkian em consórcio com a Fundação Bissaya Barreto.
Saiba mais sobre este projeto e programa de formação aqui.

Veja também:

Siga-nos
© 2024 Associação Sem Fins Lucrativos Kokoro