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Entrevistamos profissionais da educação em Portugal.

Vivências de profissionais da educação em Portugal.

Aqui protegemos a identidade dos/as entrevistados/as e libertamos a sua voz para partilhar as suas vivências na área da educação em Portugal.

Quero ser professora!
Tenho 49 anos, sou mãe, esposa, 23 de anos a lecionar, licenciada e profissionalizada.
Estou sozinha a 600 Km da minha família porque quero ser professora!

Durante 22 anos lecionei na componente de formação tecnológica do Ensino Profissional, como Técnica Especializada, na área da Comunicação, do Marketing e da Economia. Um tipo de ensino em que acredito e defendo acerrimamente. Horário completos durante anos seguidos.
Eu, própria, sou antiga aluna de um curso profissional no início dos anos 90.
Mas não era considerada professora!

Em termos de habilitações, tenho o Certificado de Aptidão Profissional; Licenciatura Pré- Bolonha de 5 anos; Profissionalização em Serviço (Grupo de Recrutamento); leciono desde 2000.
Mas não era considerada professora!

Um Técnico Especializado para formação é contratado de acordo com o n.º 3 do artigo 38.º do Decreto-Lei n.º 132/2012, de 27 de junho, quando se verificam necessidades de serviço a prestar por formadores ou Técnicos Especializados, nas áreas de natureza profissional, tecnológica, vocacional ou artística dos ensinos básico e secundário que não se enquadrem nos grupos de recrutamento a que se refere o Decreto-Lei n.º 27/2006, de 10 de fevereiro. No preâmbulo da Portaria n.º 150/2020 de 22 de junho é referido: “Nota-se que as ofertas educativas e formativas de dupla certificação, escolar e profissional, do ensino secundário, conferentes do nível 4 do Quadro Nacional de Qualificações, são atualmente responsáveis por cerca de 45% dos alunos que frequentam o ensino secundário (…).”
Mas não era considerada professora!

Na escola, desempenhava todo o tipo de funções: planeamento, preparação, lecionação das aulas e avaliação dos alunos; colocação, acompanhamento, orientação e avaliação da Formação em Contexto de Trabalho; acompanhamento e correção das Provas de Aptidão Profissional; acumulando com o cargo de Diretora de Curso; vigilância de exames; participação nas Reuniões da escola, nomeadamente de Subdepartamento e Departamento; organização das festividades/eventos/cerimónias da escola auxiliando a Direção; divulgação do curso e captação de novos alunos; estreita ligação com as entidades empresariais e município local, entre outras.
Mas não era considerada professora!
Começar de novo: quero ser professora!
Decidi começar de novo: a 600 Km de casa, candidatei-me a um horário anual e completo, do meu grupo de recrutamento. Comecei no 1º índice de remuneração. Continuo com o ensino profissional e agora sim, sou professora! Pago para ser professora!
Agradeço a KOKORO pela ajuda! Uma associação sem fins lucrativos atenta aos desafios da educação que dá voz aos profissionais da educação e apoia-os de inúmeras formas, inclusiva e democrática para todos, desempenhando um papel que cabe ao Estado.
Grata a toda a equipa KOKORO!

A equipa Kokoro agradece a confiança dos/as profissionais de educação.

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